terça-feira, 12 de junho de 2012

BRASILEIRÊS: A LINGUA BRASILEIRA FALADA NOS VÁRIOS BRASIS QUE EXISTEM NESSE BRASILZÃO.

Oi Galera. Alguém aí fala português? É muito difícil imaginar que alguém neste país fale português sem influencias regionais. Vou dar alguns exemplos que pesquisei e depois quem quiser “que atire a primeira pedra”.
Antes de ver alguns DIALETOS BRASILEIROS, veja esse vídeo que mostra o programa Domingão do Faustão comentando sobre os diversos jeitos de falar do povo brasileiro:


DIALETOS BRASILEIROSSão dez os dialetos mais presentes na língua portuguesa brasileira:
1 - DIALETO CAIPIRA: Este dialeto da língua portuguesa é falado no interior do estado de São Paulo e em parte do norte do Paraná, leste do Mato Grosso do Sul, sul de Minas Gerais, sul de Goiás e parte do interior do Rio de Janeiro.
Ex. : Verbo SER = SÊ : eu sô, (o)cê é, ele é, nóis é, cêis é, êis é. O mesmo se dá com o verbo IR = I (e, praticamente, com todos os verbos mais usados). Ex.: Verbo IR = eu vô, (o)cê vai, ele vai, nói(s) vai, cêis vai, êis vai
No dialeto caipira, os verbos no infinitivo perdem o 'r'. Ex.: Brincar: Brincá; Olhar: Olhá; Comer: Comê; Chorar: Chorá; etc. No caipirismo, o gerúndio, perde o 'd'. Ex.: Falando: falano; Correndo: correno; Tomando: tomano; Regulando: regulano, etc. Também, no dialeto caipira, LH no meio de palavras é substituído por 'i'. Ex.: Falhou: faiô;Mulher: muié; Alho: aio; Velho: véio; Trilho: trio; Olhei: oiei; etc.
2 - DIALETO CEARENSE: O dialeto cearense é uma variante do português brasileiro, falada no estado do Ceará. Conta com aproximadamente 8,5 milhões de falantes no próprio estado, além de milhares de falantes de origem cearense em outras áreas do Brasil. Possui variações internas, principalmente na região do Jaguaribe e do Cariri cearense.
Adjetivos: abestado (bobo, desatento, otário), abirobado (louco), amancebado (relativo a quem vive com alguém sem casar-se), amarelo queimado (cor laranja, termo alternativo a este), espilicute (referente a crianças fofas, graciosas além de desinibidas), gasguito (pessoa com voz estridente ou esganiçada), marmota (estranho, desajeitado), muquirana (mão-de-vaca, que dificilmente gasta dinheiro), peba (ordinário, de baixa qualidade), etc.
Substantivos: galalau (homem alto), varapau (pessoa muito magra e alta), cambito (perna muito fina), batoré (pessoa muito baixa), curubau ou canelau (gente rude, ralé), catiroba ou catita (mulher feia, desajeitada), etc.
3 - DIALETO CARIOCA: O dialeto carioca é típico da região metropolitana do Rio de Janeiro.
Exemplos: Carioca da Zona Norte/Oeste: usado na Zona Norte e Oeste do Rio numa parte da região metropolitana, onde usa-se muito o "Tu" ao invés de "Você" e uma forte pronúncia chiadanas palavras com "S".
Carioca da  Zona Sul: mais próximo do dialeto fluminense, preferindo o uso do "Você" ao invés do"Tu" e a pronúncia menos chiada dos "S" nas palavras.
4 – DIALETO GAÚCHO: O dialeto gaúcho é falado no Rio Grande do Sul,e em parte do Paraná e de Santa Catarina. Fortemente influenciado pelo alemão e italiano, por força da colonização, e espanhol e pelo guarani, especialmente nas áreas próximas à fronteira com  o Uruguai, possui diferenças léxicas e semânticas muito numerosas em relação ao português padrão - o que causa, às vezes, dificuldade de compreensão do diálogo informal entre dois gaúchos por parte de pessoas de outras regiões brasileiras, muito embora eles se façam entender perfeitamente quando falam com brasileiros de outras regiões.
Expressões locais: agüentar o tirão = sustentar uma opinião; andar pelas caronas = andar mal, estar em dificuldade; arrastar a asa = enamorar-se; botar os cachorros = falar mal de alguém; chorar as pitangas = lamuriar-se; dar com os burros n'água = dar-se mal, ser mal sucedido; deitar nas cordas = fazer corpo mole; de orelha em pé = atento, de sobreaviso; de rédeas no chão = entregue, submisso, apaixonado; de varde = de balde, em vão; de vereda = imediatamente, já; é tiro dado e bugio deitado = acertar de primeira; ter certeza do que faz; entregar as fichas = ceder, concordar; estar com o diabo no corpo = estar furioso, insuportável; frio de renguear cusco = frio tão intenso que pode deixar um cachorro mancando; índio velho = camarada; ir aos pés = fazer as necessidades no vaso sanitário; juntar os trapos = casar, viver junto; lamber a cria = mimar o filho; e vai por aí ...
5 - DIALETO MINEIRO: Este deve ser diferenciado do dialeto caipira, que cobre áreas do interior de São Paulo, Paraná e das regiões sul do próprio estado por receber influência do interior de São Paulo.
Ex.: Uai: Interjeição iniciada antes de uma frase. Pode significar espanto, concordância. Português padrão no dialeto mineiro: Você comprou as roupas que eu lhe pedi?  Cê comprô as ropaqu'eu tii pidi?  Quantos anos você tem? Quan zan 'cê tem? O que é que ela falou? Que qu'ela falô?  Eu vou à praça com você. Eu vô na práss c'ocê.  Ele comprou aqueles cadernos para você  Ei'comprô aquês cadern pr'ôcê.  Eu estou ajudando-a a carregar as malas. Eu tô ajudãn ela carregá asmala. Eu gosto de você. Gós d'ôcê.  Eu sou de Belo Horizonte. Eu sô de Belorizontch. (ou Beaga) Quem é você? Quem 'qu'é ocê?. Que horas são? Conta zora? Sábado Passado… Sáb'passad'. Você é daqui mesmo? Cê' é daqimês? Massa de Tomate Mas' d'tumati  Posso colocar o pó?  Pó' pô' o pó? Onde que eu estou? "Oncôtô?"
6- DIALETO DO NORDESTE: O dialeto nordestino é usado nos estados do nordeste brasileiro e possui o maior número de falantes com mais de 53.078.137, sofrendo variações.
A MIGUÉ- À toa, relaxado, largado, sem interesse A PULSO - À força. Contra a vontade ABESTADO - Otário. Tolo ABESTALHADO - Otário. Tolo ABILOLADO – Doido ABIROBADO - Maluco. ABISCOITADO - Maluco, desorientado. ABUFELAR - Agarrar pela gola, agredir, BABÃO – Puxa saco, xeleléu. BACURIM – Porco novo. BAE DE CUIA - No jogo de futebol, corresponde a lençol. BAITINGA - Tratamento informal entre velhos amigos, no sentido pejorativo o mesmo que BAITOLA, depende da entonação da voz. BAITOLA - Viado. (A palavra tem origem na construção da primeira estrada de ferro do Ceará. O chefe da obra era um engenheiro inglês, muito afetado, que repetia "atenção para a baitola" se referindo a bitola (distância entre os trilhos).  BICHINHO - Forma carinhosa de chamar um animal ou uma pessoa pequena ou querida. CABARÉ - Prostíbulo ou confusão. CABEÇA-DE-PREGO - Furúnculo. CABELUDO - Pão-doce feito com coco. CABRA - Qualquer Indivíduo. Indivíduo destemido, provocador ou valentão. CABRA DA PESTE - Indivíduo destemido, provocador ou valentão. CABRA SAFADO - Indivíduo de atitudes incorretas. CABRA-MACHO - Indivíduo destemido, provocador ou valentão. CAÇOAR Zombar.  E vai por aí ...
7 - DIALETO NORTISTA: Amazofonia ou dialeto nortista, refere-se ao dialeto empregado por boa parte dos habitantes da região amazônica (ou seja, a região norte do Brasil) e de seus sete estados: Pará, Amazonas(Acre, Roraima, Amapá, Tocantins, Rondônia e Roraima)
8 - DIALETO TRADICIONAL: Tem como símbolo o correto emprego de verbos na segunda pessoa do verbo, exemplo: "tu fizeste", "tu és", "tu foste", "tu chegaste", além do "r" e "s" como de carioca, "d" com som de "dj" e"t" com som de "tch", tendo como fama também a limpidez e a nitidez na pronúncia. Também temo som de "l" e "li" palatalizado, como "famílhia" (família) ou "palhito" (palito). Para pessoas de outras regiões, esse sotaque pode soar como sotaque carioca, porém existem diferenças primordiais, como: não há palavras gingadas, como no sotaque carioca; quase não existe o emprego de "você", salvo as formalidades; não se trocam o som das letras "s" por "r"; tende-se a usar mais ênclises a próclises;
9 - DIALETO PAULISTANO: É falado na cidade de São Paulo e também na Região Metropolitana de São Paulo. É considerado pela maioria da população brasileira como sendo a pronúncia mais correta do português brasileiro, sendo também o dialeto utilizado hegemonicamente na mídia e em comunicações oficiais brasileiras. Eis algumas expressões paulistanas: Ae, e ai? - Comprimento, como se fosse um "oi" Guia - Meio fio de rua Ta ligado? - está entendendo? - o mesmo que o Uai mineiro ramo na atividade - estamos presentes Faról – Semáforo Balada - Discoteca, Boate Pé de Breque - Motorista lento Pinga - cachaça, aguardente Sangue Bom - Pessoa de boa índole Truta – Amigo Vacilão, Vacilo - Pessoa descuidada O que vira é... - O que é legal é... Vaza - Vai embora Dar uns boxe, dar um sacode, dar uma pea - Bater Linchar, dar cambão, dar uma geral - Apanhar de muitas pessoas Chaveco - conquistar uma mulher pela conversa Cola aqui - Vem pra cá Banca – gangue Da hora – Legal
10 - DIALETO SULISTA: O dialeto sulista é falado sobretudo em algumas regiões doestados que compõem a região Sul do Brasil (Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul). Caracteriza-se pela pronúncia da letra "e", que nunca é pronunciada como “i” como nos demais dialetos da língua portuguesa.
EXEMPLOS DO DIALETO SULISTA Abobado - metido a besta Bobiça - coisa sem importância Cabeu - Passado do verbo caber (Ele coube) Caxão pro Bili - expressão que indica que algo deu errado Champinha - tampa metálica da garrafa Claps - alçapão pra pegar passarinho Coça – surra Comprar um chôn - Comprar um terreno (alemon fala assim) Dá-de-dedo - tomar satisfação Demonho - xingamento (tipo Ô DEMONIO!) Dérreal - dez reais Deu? - o mesmo que " tá pronto?" " acabou? " Dipé - O mesmo que "a pé" (cheguei a pé) Disaoje - "Há pouco tempo "Do rreal - dois reais Éééééégua - interjeição de espanto (coisa de joinvillense) Embaciado - vidro sujo  Esganado - egoísta Fuqui - Fusca Galega - loiraGanjudo(a) - manhoso(a), filho(a) cheio de manias Guria - moça Inticar - provocar Ir pra cidade - ir pro centro Javoindo - Estou de saída Judiaria - maus tratos Kátia- cachaça Meti a boca - chamou um monte de palavrão Meu Canário - mudança na palavra, para não ficar chulo (meu cara) Paranho - aquelas teias de aranha que ficam no canto das paredes Pau de virá tripa - pessoa magrela e alta Pêca - bolinha de gude Pisô-se todinho - se machucou Que palha - que fiasco, que nada a ver Sarar o pisado - curar uma ferida Se afinou/rachou o bico - morreu de rir  Tô apurado - com vontade de ir ao banheiro Todavida reto - siga sempre em frente (paranaense).
Fonte: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Agora no Mapa:
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1) Tupi Importado: A Amazônia fala de um modo bem diferente do vizinho Nordeste. A razão para isso é que lá quase não houve escravidão de africanos. Predominou a influência do tupi, língua que não era falada pelos índios da região, mas foi importada por jesuítas no processo de evangelização.
 
 

2) Minha Tchia: O litoral nordestino recebeu muitos escravos negros, enquanto o interior encheu-se de índios expulsos da costa pelos portugueses. Isso explica algumas diferenças dialetais. No Recôncavo Baiano, o "t" às vezes é pronunciado como se fosse "tch". É o caso de "tia", que soa como "tchia". Ou de "muito", frequentemente pronunciado "mutcho'". No interior, predomina o "t" seco, dito com a língua atrás dos dentes.

 

3) Maternidade: A exploração do ouro levou gente do Brasil todo para Minas no século XVIII. Como toda a mão de obra se ocupava da mineração, foi necessário criar rotas de comércio para importar comida. Uma delas ligava a zona do minério com o atual Rio Grande do Sul, onde se criavam mulas, via São Paulo. As mulas, que não se reproduzem, eram constantemente importadas para escoar ouro e trazer alimentos. Também espalharam a língua brasileira pelo centro-sul.

 

4) Chiado Europeu: Quando a família real portuguesa mudou-se para o Rio, em 1808, fugindo de Napoleão, trouxe 16.000 lusitanos. A cidade tinha 50 mil habitantes. Essa gente toda mudou o jeito de falar carioca. Data daí o chiado no "s", como em "festa", que fica parecendo "feishta". Os portugueses também chiam no "s".




5) Tu e Você: Os tropeiros paulistas entraram no Sul no século XVIII pelo interior, passando por Curitiba. O litoral sulista foi ocupado pelo governo português na mesma época com a transferência de imigrantes das Ilhas Açores. A isso se deve a formação de dois dialetos. Na costa, fala-se "tu", como é comum até hoje em Portugal. No interior de Santa Catarina, adota-se o "você", provavelmente espalhado pelos paulistas.




6) Porrrrta: Até o século passado, a cidade de São Paulo falava o dialeto caipira, característico da região de Piracicaba. A principal marca desse sotaque é o "r" muito puxado. A chegada dos migrantes, que vieram com a industrialização, diluiu esse dialeto e criou um novo sotaque paulistano, fruto da combinação de influências estrangeiras e de outras regiões brasileiras.
Fonte: Super Interessante, abril 2000, p.49
Amanhã tem mais curiosidades sobre a nossa lingua.

Beijocas enfeitiçadas,
                          Brunareca, a bruxa multicultural.

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