Cada um fala ou escreve sobre aquilo
de que se lembra. Socorro-me dessa premissa para tirar das lembranças citadas
neste texto o caráter de nostalgia ou saudosismo. São apenas boas recordações
das festas juninas em Jequié, cidade do interior da Bahia onde tive o
privilegio de nascer e de viver a minha infância.
A festa de Santo Antônio, também
conhecido como o Santo Casamenteiro, começava com a Trezena (missas diárias que
eram celebradas de 1 a 13 de junho), na Igreja Matriz de Jequié. Digo
“começava”, no passado, porque estou falando das minhas lembranças de infância
e não tenho informações para garantir que a tradição permanece. A seção de
comentários está aberta para os depoimentos dos queridos conterrâneos.
No final da tarde do dia 13 de junho,
uma belíssima procissão percorria as principais ruas da cidade levando,
literalmente, quase toda a população. Um evento de arrepiar. Sobretudo para o
olhar curioso de uma criança.
Mas, sendo criança, devo confessar
que minha atividade predileta nos festejos de Santo Antônio era participar das
quermesses.
Barraquinhas eram armadas no entorno da Igreja. Comidas típicas,
jogos recreativos, encontros com os velhos amigos e a conquista de novos. Tudo isso
exercia um grande fascínio sobre nós.
A espingarda de tiro ao alvo com a mira
torta (para que ninguém acertasse no prêmio), a preá que era girada até ficar
tonta antes de entrar na casinha com o número do vencedor, o bingo “cantado” por
um locutor de vozeirão, cada detalhe enriquecia a magia da festa.
Saudades de tudo e de todos que
fizeram parte desse tempo maravilhoso. As lembranças permanecem vivas na
memória e as pessoas continuam guardadas com carinho no coração.
Rafael Júnior
Pedagogo/músico/escritor
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Saudações!
ResponderExcluirA tradição ainda continua. Começa com a alvorada de fogos às 5 da manhã, com passeata por ruas principais da cidade, convocando pessoas de todas as comunidades religiosas para o trezenário. A magia de Santo Antônio continua. Acredito que muitas crianças e jovens fazem dos acontecimentos mais sonhos prazerosos que permanecerão para sempre em suas almas. Tive o prazer de começar a tocar na Filarmônica 25 de Outubro, com o Maestro Jota Mello, a partir de uma apresentação feita e o anúncio do maestro sobre o início de aulas. Fui o primeiro aluno, e o mais velho da turma (24 aninhos!). Curtimos a valer por alguns anos, tocando na procissão também. Prazer que levo para sempre!
Um abraço!
João Caires
Obrigado pelo comentário. Bom saber que a traição continua. Gostei de saber que vc tocou na Filarmônica 25 de Outubro (no meu tempo era Amantes da Lira). Grande abraço e seja sempre bem vindo ao nosso blog.
ExcluirO maestro ciou outra filarmônica para ter acesso aos instrumentos. Mas, com sua ida a São Paulo, voltou a se chamar Amantes da Lira. Atualmente está fechada, com o maestro Givaldo lutando para conseguir verbas e recursos para mantê-la, junto a uma prefeitura um tanto inadimplente com a cultura da cidade... Um abraço!
ResponderExcluirObrigado pelas informações, amigo. Vamos torcer para que esse patrimônio cultural volte a ser usufruído pela população da nossa terra. Grande abraço.
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